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  • Writer's pictureKeila Vitola Druzian

Exportação via Courier é só embalar e enviar. Será mesmo?

Updated: Aug 25, 2021



Eu já antecipei em outros artigos que passei por muitas coisas inusitadas durante esses mais de 10 anos trabalhando com comércio exterior, e a exportação simplificada não fugiu desse padrão.


Por ser uma modalidade relativamente simples de exportação, tendemos a fazer esse tipo de processo sem muitas preocupações além das restrições de valores e dimensões da carga impostos respectivamente pela Receita Federal do Brasil e pelos operadores logísticos.


De maneira bem geral, são elegíveis ao processo de exportação simplificada:



Já as dimensões e pesos máximos vão variar em cada operador logístico e estão atreladas ao prazo, quanto maior o volume mais lento será o envio.


Os documentos que enviamos com a carga são basicamente os mesmos de um processo formal:


  • Fatura comercial

  • Packing List

  • Nota Fiscal de Exportação

  • AWB

  • DU-E


O certificado de origem perde um pouco o sentido nesse tipo de envio, já que do outro lado normalmente haverá um recebimento simplificado, e provavelmente não levarão em conta os benefícios dos acordos.


Outro documento que normalmente não é necessário nesse tipo de envio, é o certificado de fumigação, já que muito dificilmente esse perfil de produto é despachado em caixas de madeira.


Até aí, é um processo bem simples. Mas quando a coisa complica então, vocês me perguntam?


Vou contar três histórias onde me vi em apuros.


Aquela vez que o operador logístico fez duas DSE’s


Esse embarque começou como outra remessa simplificada qualquer, um pedido pequeno, em uma caixinha de 20x20 cm, que embalei as pressas para enviar ao cliente que tinha um equipamento parado precisando de peças de reposição.


O operador coletou normalmente na fábrica, e como de costume, eu fui fazendo seguimento pelo número de rastreio. Percebi um atraso e depois que o processo mudou de número, mas a carga chegou praticamente normal no cliente. Quando um mês mais tarde, minha despachante me liga:


Keila, tu tens uma DSE em canal vermelho, guria.

(adivinhem de onde ela é??rsrs)



Depois de muito procurar, descubro que era AQUELA remessa que havia trocado de número. O operador logístico quando descobriu que a remessa havia caído em canal vermelho, não pensou duas vezes, criou uma nova DSE, deixou aquela em aberto e despachou a carga no mesmo dia. Nunca apresentou um documento ou justificativa para a receita referente àquela pendência e sequer me deu uma explicação descente.


Por ser uma DSE, dá para imaginar o tempo que já transcorreu certo? Na prática, minha despachante fez um acompanhamento da situação, esperando alguma manifestação da Receita Federal, que deveria ter vindo em até 5 anos, mas nunca veio. MAS, na teoria, isso poderia ter dado muitos problemas. Menos mal que parou por aí. 😅


Aquela do cliente que estava devendo para a UPS


Eu tenho o costume de ser muito detalhista nas minhas proformas, e informo inclusive a empresa que vamos utilizar para despachar a mercadoria, quando o frete é por nossa conta.


Nesse caso específico, indiquei na fatura que a carga seria transportada pela FEDEX, porém, no último momento o exportador alterou para a UPS e não avisou ninguém (como desse cliente, eu cuido apenas da parte comercial, nem eu fiquei sabendo da mudança).


Pois bem, a carga mal chegou no país de destino e o importador me liga:


Keila, estamos em litígio contra a UPS, e reterão nossa carga, preciso disso urgente!

(Peça de reposição de respirador durante a pandemia, imaginem!!).


Foi aquela correria para ver a possibilidade de fazer uma nova remessa, de um material escasso, com frete caro, enviado por um operador diferente, tudo para o importador receber aquele material com urgência.


Aquela discussão, quem tem razão, quem não, quem paga qual custo, e no fim, tudo deu certo. Mas esteve longe de ser um simples envio courier.


Aquela dos problemas de embarque na pandemia


Bom, até agora os problemas logísticos gerados pela pandemia estão longe de acabar, mas no começo, eram muitas as incertezas, decretos novos de uma hora para outra, escassez, altas de preços, atrasos, quem viveu sabe.


No entanto, alguns operadores logísticos resolveram criar barreiras superiores as impostas pelos Estados, o que complicou ainda mais. Na China, por exemplo, meus clientes tinham preferências declaradas por alguns operadores, e sobretudo, se negavam a embarcar DHL, diziam que eles estavam sendo muito burocráticos e que eles não tinham tempo para preparar a quantidade de documentos que eles pediam.


O problema é que muitas vezes, os importadores têm suas negociações com operadores específicos, e sendo eles quem vão pagar pelo frete, eles querem poder escolher com qual operador trabalhar, e isso complica toda a negociação. Vira uma queda de braço sem fim, até que saia um vencedor.


Os envios courier normalmente são proporcionalmente mais caros, devido ao serviço atrelado, pela urgência na entrega e pelo perfil da carga, então qualquer oportunidade de economizar, ou ter sua carga 2 dias antes, é motivo de muita discussão, mesmo fora de um cenário pandêmico.



Como evitar problemas nas exportações via courier


É como diz o ditado: Vivendo e aprendendo.

Todos as situações que contei aqui, não eram simples de serem previstas, porém, uma vez que passamos por elas, podemos desenvolver ferramentas para minimizar seus impactos, por exemplo, com um check list pré-embarque, com uma comunicação fluída, e processos adequados para poder embarcar com qual operador seja necessário.


Uma das minhas orientações número UM quando a empresa vai começar a exportar é habilitar o radar e abrir quantas contas courier sejam necessárias, de cara, ao menos 2. E isso vale para as importadoras também. Quantas vezes eu precisei enviar uma peça em garantia e o importador sequer tinha uma conta para cumprir sua parte do acordo e pagar pelo frete? Acontece. Por isso, conte com a gente.


Entre em contato


Ficou com dúvidas sobre o tema? Precisa de ajuda para realizar estes tipos de exportação? Entre em contato pois podemos lhe ajudar!

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